domingo, 20 de julho de 2008

vocês, aqui
palavras
hei de interrogá-las

por essa dura gota
de lágrima doce
que se intriga
com meus olhos

quase a fazer
meu corpo
derramar, e se desfazer.
liqüidando minha energia

neste momento
em que Netuno
atrai meu espiríto
à Lua, no horizonte do mar

(...)

submergindo a fundo
na devasta água
insana água, que me afoga
em frágeis sentimentos

transmitindo
em minha íris
o seu ser absoluto
dissolvendo por resto
meu chão de concreto

apenas podendo
sentir
teu ar
dominar o meu
teu ar
levando o meu

até hipnotizar
minha respiração
e arrepiar minha pele
sim, tudo congela
e encendeia, momentaneamente

até restar poeira dos pés
da sofredora
Vênus

Um comentário:

Morphine disse...

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca,
Porque metade de mim é o que eu grito,mas a outra metade é silêncio...

Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
E que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso ,mas a outra metade é um vulcão...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo,mas a outra metade é cansaço...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.