quarta-feira, 28 de abril de 2010

se auto-destruir é fácil
a vida nos doutrina nisso
ou até a própria consciência desgovernada
quero ver fazer o contrário
o quão fácil (difícil) é isso
se auto-construir é quase para poucos
sortidos que resistem a luta
interior que se cria no meio do dia
e vai embora quando o galo canta
provocada até por detalhes cotidianos
invadindo sua mais intíma fragilidade
quando a angústia toma sua face
e a ninguém engana, e seu coração chora
em silencio para ninguém reparar
os olhos caem, perdem o horizonte
e você nem mesmo sabe como tudo começou
muito menos como vai terminar
a perda de sentido é difundida, ou fudida

segunda-feira, 26 de abril de 2010

segunda-feira, 19 de abril de 2010

necessidade de mudança
aversão ao passado
aflição de ranger os dentes
paradoxos constantes
encontros e desencontros
a paz na solidão
a confusão na rua
a vontade de ser só, só um
esquecer a humanidade
deixar tudo que existe e persiste
não ser mais nada, nem um grão
ser um conflito, existir num conflito
não ter opção, não ser uma opção
sair voando e continuar parado
é de dar nó, de dar aflição
ser tudo isso e não ser nada
é, pode até ser normal, mas não ajuda
ter de esperar passar da aflição
e é só quando a calma vem nos visitar
que voltamos pra terra, tocamos o chão
surtar por dentro, progredir no surto
um surto silencioso, dói e como dói
e ainda permanecer nele, esperar pela vida
enquanto tudo que você vê não é mais real
não é mais nada, perder os sentidos
e continuar respirando e continuar vivendo
implodir por um mísero som agudo
se liqüefazer por uma singela cena comovente
e isso não acaba por aqui, mas as palavras sim

quinta-feira, 15 de abril de 2010

um trecho
uma marca
que repassa
perpassa, embassa
perdura e dissemina