domingo, 30 de outubro de 2011


















































silêncio.
ai que saco!
tô cansada dessa chamada constante
já chega desse sonho sem destino

eu nem sei o que pensar

desejo o que for real
e se o que for real, for abstrato, melhor
prefiro  reticências à interrogação

eu prefiro nem lembrar

deixei de dá vazão ao imprevisível
que à ele só lhe resta algo determinado
e a mim sobra o que for imeditato


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

ouvindo uma música da época.
eu descobri.
você sabe.
que me mostrou.
não era pra mim.
nos momentos mais delicados.
não era e nunca será.
está posto, e em meu sentimento.
se foi, como do sólido pro vapor.
tô cansada de tanto baratísmo
sejam mais vocês
busquem mais suas próprias verdades
estejam presentes enquanto algo

cansei de ouvir meias verdades
cansei de gesticulação barata
cansei disso tudo que você projeta ser
cansei desse modernismo enxugado

porque cada um possui algo muito pessoal
uma personalidade singular e própria
e não precisa copiar ou fingir ser
cada um é um, e eu sei, você saberá
cansei dessa merda que você acredita ser


terça-feira, 18 de outubro de 2011

ser eu é ser
bicho estranho
avesso
metamorforseado
arisco
vadio
arredio

não faço jeito
sou sujeito
acanhado
desejoso
fogoso
encucado
perdido
estio

não me pergunte o caso
te respondo o acaso
na minha lógica tresloucada
arcada
mas me faço sincero
e vero
por isso não suspeite
meu leite
é vertente


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

são possibilidades
tem coisas de que só fujo
e é melhor
há outras que não consigo outro meio
e é pior

ter coragem e admitir
o que se quer
mostrar seus sentimentos
e temer por uma resposta
é tão doloroso quanto não fazer

é melhor não esperar
um sinal do além que te reconforte
basta seguir puro e adiante

sábado, 15 de outubro de 2011

certa coisas e pessoas não mudam
há momentos que minha vontade é
mandar o universo todo à merda
minha rebeldia, por exemplo, não muda
continua fiel à parceira
mas eu só quero isso, isso tudo
quando me canso, quando o vídeo
se repete pela quinquagésima vez

eu solto um berro inaudível
e condeno quem pertence a ele
não é por ser má, é porque
eu já tô de saco cheio, com os miolos cheios
e pra mim não faz diferença
que tudo exploda. se eu pensar demais
minha rebeldia se torna revolta
e aí, pra reverter é muito pior
é melhor eu soltar um berro mas que todos ouçam

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

as vezes pareço indiferente
fria, demasiadamente estranha
isso nada tem haver com  você
sempre na hora do adeus
se a minha expressão cair
isso nada tem haver com meu apreço
todo momento que me esquivo
inconscientemente, é o meu momento
tudo isso tem haver com a minha necessidade de mim mesma

aos meus amigos
meu vazio selou compromisso comigo
ele tem hora marcada
surge com a pigmentação da noite
com a calma da escuridão
se apodera de meu coração
e ai de mim se não correspondê-lo
ele deixa uma marquinha em minha pele
para não me esquecer dele e poder curá-lo

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

eu não sei se expresso bem
minhas idéias, que as vezes ainda são vagas
ou tão concretas e concisas dentro de mim
mas, mais a vale a comunicação
que a destreza de silenciar-se

terça-feira, 11 de outubro de 2011

se eu dissesse que ainda o amo, isso faria alguma diferença?
ou só serviria para alimentar e massagear seu ego, e continuar andando?

quantas vezes fomos ou somos sinceros em relação ao que sentimos?
desde quando assumimos o que realmente pulsa dentro de nós?
e conseguimos expressar isso olhando no olho de cada um?

quantos mecanismos usamos para ter de conviver com tudo o houve?
tanto em relação aos ruins, e aos bons
quantas tentativas já usamos para esquecer um ao outro?

quantas perdições e achismos já nos metemos para dar um basta?
quantas interrogações cabem no nosso peito e aniquilamento?
a mim não resta mais certezas, o que me resta sou eu

não acho que dizer o que eu penso resolva
por isso, se viver é etecetera, amar é interrogações-eteceteras





domingo, 9 de outubro de 2011

"calma calma
logo mais a gente goza
perto do osso
a carne é mais gostosa"

todos os dias levantamos nosso espírito com um simples e puro objetivo,
de vez enquando, na maioria, ele está oculto, obscuro, vagando sobre nossa aura;
se o amor lhe dá um terreno de plenitude, ele é o norte, o paraíso perdido,
é a nossa missão, nosso dharma, karma, nossa obstinação, que parece estar alheia a nós.
todo dia o corpo range, grunhe e pede, pois ele não deseja somente o amor romântico,
ele quer tocar com suavidade a alma de todo o mundo, sentir a coexistência em alfa;
se libertar ao encontro de tudo que abriga vida, expandir num gozo dentro do útero. 
se eu pudesse mensurar o que realmente sinto
tal como meus sentimentos perambulam sobre mim
tal como o universo me chama o tempo inteiro
e eu não quero ouvir,
tal como o movimento da minha vida me traduz
tal como o encontro e o desencontro me explica
e eu não quero entender,
tal como eu me perco
tal como eu me faço e desfaço, faço só pra desperceber
e eu não quero assumir que nada é de verdade
tal como não revelo quem sou
tal como eu não me permito ser qualquer um
e eu que resisto a receber alguém dentro de mim
eu fiz tudo o que podia
cotinuo na vaga repetição
fiz do meu pior, o melhor

sempre tem alguém a me questionar

eu vou me arrepender?
sempre vou, ou nunca vou.
eu sou teimosa demais

no fim de tudo, não há
uma só resposta, para uma única pergunta
tudo é tão amplo quanto minhas inquietações

e eu não me basto por aí



quinta-feira, 6 de outubro de 2011

a vida nunca me deixará esquecer
só minha força interior
fará o que for se transformar

a vida nunca me deixará esquecer
melhor assim
eu continuarei íntegra na minha história

e se nada acontecer
eu ainda estarei aqui
a sonhar no lampejo

domingo, 2 de outubro de 2011

o passado não faz mais sentido
houve uma cisão entre o serei e o era
há tanta mágoa que só retou vento

são difíceis momentos como esse
eu sinto no movimento deste sorriso
seguido do inseguro desânimo ou, desengano

tudo parece dolorasamente esperançoso
porque a verdade cai como pedra
e tudo pode parecer mentiroso

você se sente perdido como indivíduo
e ninguém pode resgatá-lo
só o que crê e confia indubitavelmente
sabe a música dos novos baianos?
"... o seu amor, ame-o e deixe-o"
"... ir aonde quiser" "... ser o que ele é"

bom, hoje eu só acredito no amor
se assim for
se assim for: leve, livre e circular

o nosso amor não pode ser uma coisa estancada
por um único ser
deve ser algo contínuo, como o fluxo da vida

querer alguém só pra si é tão desesperador
quanro temer a vida só

por favor, tenhamos olhos para não cair
neste segmento higienizado e prisioneiro

a vida é tão constante, cheia de vida, e além.
tão aberta, e cheia de ar, de Sol, e estradas
para parar no primeiro passo absorvente

enxerguem! o quanto há depois do horizonte,
mais distante; o amor interno, alterno, externo e eterno