segunda-feira, 28 de setembro de 2009

memórias são cruéis, fazem-nos sentir prazer dentro da ausência, comparsa da saudade majestosa.

domingo, 27 de setembro de 2009

o que meu corpo pede não cessa.
o que minha saudade aperta não estanca.
o que meu coração carrega não se arranca.
o que meus olhos desejam não se ganha.
o meu sistema imunológico ainda por teimosia se torna inocente.
e o meu sistema vitalício por inocencia se torna teimoso.
se não transformo é por pura omissão.
se não me mexo é por pura negligencia.
mas se o tempo pára agente padece, se o tempo corre agente enlouquece.
o meu equilíbrio prefiro esperar, repousando na varanda, com a brisa amiga, que refresca a aura, relaxa minhas rugas, e massageia meu coração.
o dia se estende pela ambiguidade, igualmente a sua confusão.
e agente continua profetizando verdades que se movem a ilusão revestida de sonhos.
escondendo a veracidade íntima, o potencial sensível que desaba ao difundir tudo que o oprime.
o vento rasga a pele que o cruza, revela o que não se permite, o que nao se quer.
e nem tudo é feito de quereres, se lamenta o velho, pensamento do jovem.
insiste, resiste, pensa e respensa. mas nada o faz encontrar sentido contrário do que se expressa, o seu lamento.
lamento que residi um interminável desalento consigo mesmo, de tamanha siceridade que a importancia de suas fugas, para não encarar o que se escancara, também não se exclama.
dentro da respiração aguda se afaga seus batimentos, enquanto hesita a declaração que se dissipa no vacuo da sua frustração.
ninguém pode abrigar tamanho desamparo, sentimentos que evaporam, simutaneamente com o coração que se põe dentro do horizonte de seu olhar.
qualquer palavra não dita não perde a chance de se traduzir, tudo que é dito perde no espaço seu significado.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

o eixo, deseixo
entre a sombra
do desejo
e a vertigem do
pecado
o branco neblina que envolve o céu
e reflete a víscera limpida da alma
pestaneja no compasso com o trovão
feito de sonhos do passado que dissipa
no silencio progredido e rebate o temor
prazeroso de um pânico encoberto
pelo manto que acoberta os sentimentos
os tais abandonados pela fraqueza
os mesmos detalhados pela franqueza

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

dilato extensas palavras, só para lhe dizer o que intenso persisti dentro da euforia e consequentes desanimos de sentimentos.
no fim parece tudo um vacuo fresco, um falso destraço, um eco do silêncio. que se prolonga com o desfecho da intensão tornada pelo fracasso, rasgada pela prostração anunciada.
dois corpos se extraviam dentro do aflito mal entendido, deixam penetrar o sussurro de suas almas em convulsão à penumbra da confunsão, deixam por se lamentar no espaço de um segundo enquanto tentam estancar o irremediado.
o silêncio, o confidente sincero, trai seus mesmos anseios, que varre a sensibilidade, e contrai a letal agressão para pele do corpo evidente, possuído por cansaço e descompasso penitente.
ao fim de uma chuva sempre parece
que ficamos mais limpos, talvez porque
dali se jorra o que paira de obscuro por vós

terça-feira, 15 de setembro de 2009

mulher, eta bicho controlador.

controla seus devaneios sobre o que sua imaginação cria diante da realidade.
controla pensamentos (ou, acha que controla).
controla ações que nem a ela pertece.
controla seu medo mais íntimo, e converte-o em forças imesuráveis.
controla a frenquencia de seu poder.
controla as folhas de alface que cabem em seu prato em relação a quantidade de calorias consumíveis.
controla a expansão de fios brancos sobre seu cabelo, e também os cabelos que nascem no fundo do ralo.
controla seus pesadelos enquanto acordada, suas neuroses enquanto insegura, seus erros enquanto equivocada.
controla emoções que você imaginou que ela nunca tivesse.
controla tantas coisas que nem ela consegue pesar quanto o faz.

mas de fato, o que elas não controlam é um espetáculo a parte.

domingo, 13 de setembro de 2009

o medo, atrelado à realidade cotidiana.
o medo, o caminho rendido ao fim.
o medo, a perca do foco.
o medo, a mórbida euforia.
o medo, a distância entre a verdade e a ação.
o medo, a ansiedade de uma espera.
o medo, a imaginação insensível.
o medo, a overdose de 'sinceridade'.

o medo no meio da solidão. o medo no meio da multidão.
o medo feito de sussurro. o medo dentro do silêncio.

sábado, 12 de setembro de 2009

eu troco meu drops no semáforo, pela sua droga.
por esta droga!
pela droga que me sustenta dentro da realidade que me cabe.

domingo, 6 de setembro de 2009

saudade do cobertor que protege minha intimidade.
saudade do espelho que me confio todo dia.
saudade da porta que me recolhe do ardor lá fora.
saudade da música que me compreende com serenidade.
saudade do teto que me esquenta no dias de chuvas particulares.
saudade da saudade que só existe por fazê-la existir.
que existe para que ela não entre em extinção dentro de nós.
(em desenvolvimento: pesquisa)

não suporto a falsidade alheia que as pessoas se confortam.
não suporto com o que as pessoas fazem de seu vazio permanente.
não suporto a fraqueza que tantos se entregam.
não suporto frases desprovidas de sua relevancia e conteúdo.
não suporto a dualidade mentirosa e prolixa que alguns se convertem.
não suporto ruídos cênicos que invadem um espaço quase vacuo.
não suporto justificativas que sublimem o que fraciona o próprio ser.
não suporto falta de sensibilidade com quem convives.
não suporto a irracionalidade que nos tenta dentro de situações vulneráveis.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

sentimentos se evaporam enquanto o tempo se esquenta. come, e corre.