terça-feira, 17 de fevereiro de 2009


eu não tenho
casa, não
tenho mãe, tenho
nada
fico assim perdido
até que um dia
me encontrem, e me levem
a ser quem sou.
coro decoro
meu choro
a dor fardada
de meu
sofrimento
cravado no
tempo desta
história
mal escrita
e sem fim
e pontuação
com fina
sensibilidade
já se foi o
tempo de glória
meu amor, já se
foi, e comigo
não foi...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

cessou os labios
repetiu a dor
introduziu o lamento
reproduziu espanto
desligou a luz
e mais uma noite de
sonhos em vão
mais um tormento no
divã
mais uma pupila dilatada
solitaria e sem foco

incenssante espera, que nada
nada destina, e tudo se deseja.

expresse (me)

eleve, leve
sua dor, deixe-a
dissipar como
suas causas
mais moribundas

não deixe
se corromper
por aí, dentro
não alavanque
sua (re)pressão

deixa o tempo
dissolver os
medos de seu silêncio
que até ele
não se produz por satisfação

faça teu corpo
flutuar sobre o que
te faz se enterrar
com a terra amargurada
deixe teu peso à gás

domingo, 15 de fevereiro de 2009



o estranho confronta a si mesmo
o desconforto enfrenta sua
imutabilidade
substâncias dissolvem sua distraída
angustia
o mesmo se repete durante eras
da existencia pessoal
para conquista de sua própria contemplação
sem necessitar de prósperos anseios
tangendo a completude, através
da reflexão, a tal constante da vida
resgatando plenitude para com a natureza

sábado, 14 de fevereiro de 2009

o escravo serve o trapo
o poeta vende o esboço
do mundo, as gerações
implamtam transformações
agudas para a humanidade
a mãe, doa-se para todo bem
necessário, a jovem diz,
sem pronunciar ligação nenhuma
entre os pólos, o presidiário
compreende e envoca a
dor-guerra do cotidiano. agente
perpetua essa regra conspiratória
de sobrevivência, que se estendem
à mesquinharia e frio egoísmo.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009



lírio delíra
a líra
das pétalas
das alucinações
regendo mutações
cada vez mais
íntimas

domingo, 8 de fevereiro de 2009

ele me pronunciou a felicidade
eu mal compreendi
claro, já havia sentido o que
seria isso, mas se eu a tentasse
explicar... fracassaria.
e o valor que ela possui, será
que possuímos o mesmo valor?
será por isso que ela permanece
tão distante de nós?
é preciso entender o que a felicidade
diz, quem ela é, o que quer, para
querer desejá-la
sem esquecer de a dar o valor que
tem, se não nem nós ela valorizará.
a felicidade é forte, sua personalidade
é brutal, e justa, só lhe é concedida
com muita merecimento de conquista e luta.
escrevo de vermelho
pois, minha prisão
de choro me transmuta
à essa cor.
agora, não existe
mais emoção direta
ao verbo. não se produz
verbetes de alegria, ou
pelo menos, algo próximo.

então, que seja, essa dor
que há por vir, mesmo que não
pareça tão digno assim.
mas, pouco importa o sentido
que tudo promove.

eu, sepultada por dentro
já não posso querer mais
que alguma luz divina.
independente do que ela
tenha a me mostrar, além
da penumbra.

tudo que me trouxe à essa
loucura interna, que berra no
silêncio de meu corpo, que treme
de aflição, de que tudo pode
estar perdido.
mas nada se perde sozinho, algo
involuntário estagnou qualquer
sentido provado no paraíso.

tragando fraqueza, uma fraqueza
oculta, a história se auto-finaliza
(é automático), sem se ter consciência
do tamanho brilho que se perdeu,
desviou destino, e destinou sofrimento.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

happy birthday for me
so, let's dance la vita

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

agora uma desmonstração de afeto, para equalizar os fatos

[1]
you love me, right?
no, i love her.

[2]
ele: você não entende tudo o que me faz, desde suas loucuras, suas confusões, e sua senbilidade exacerbada.
ela: eu amei, eu amo, te amo - (diz com o coração soando canção), diz ela para o silêncio.
- ele não ouve a conversa, e nem seu coração no momento.

equalizada a frequencia dos fatos?
num tal momento de olhos ao sangue, eu me triturei com a humanidade. percebi por fim que, tudo se esconde nos vãos de um corpo, que permanece compassivo, até tal dado de um efeito. não provoque protelar desde suas particularidade às suas obscuridades. aposto nunca ser mais o mesmo, ser for assim o cometido. evite ativar algum desconforto na humanidade, você pode ser julgado e condenado, por algo que é inofensivo no seu ser. pode se aterrorizar para todo o sempre, por apenas promover seu ato mais desprovido de consciência. não abandone sua consciência, my dear, não perpetue a infelicidade alheia. não vá de encontro à confusão, acompanhada pela surpresa. não diga sim, antes de pensar no não, e vice-versa. não permita seu retalhamente pela sociedade. não entregue seus cortes mais profundos para qualquer momento, eles podem se ferroar com outros, de outrem.
meu filho: este mundo é apenas uma semente, que anda furtificando nós mesmos, mas partes desta semente está sendo atacada por parasitas, e logo tudo pode apodrecer. este tal mundo não produz com amor qualquer bondade. mas sim com egoísmo e - minha vó me traduzia sempre suas dores para com o mundo, mas mal compreendo desde o fim até o começo desta história vidialítica.

adeus meu eu
distante de mim
como há de existir
um desencontro tão
...?

disse a um moço,
não componho o verbo
ser. não sou, não
me propronho a isso

disse-me uma vez
alguém importante,
você deforma meus
sentimentos mais
promissores

e nunca mais
consegui irrelevar
a existência, por
menos sentido que
ela envoque

desde então perdi
o sossego de me
transformar num ser

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

o vermelho transa
trança a dança
atenta a música
e veste os ouvidos
com toda delicadeza
entra em transe
a película de uma pele

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

os podrelíticos não se envergonham
dialogam com o ego ocupacional do poder
desviado para própria satisfação
como uma monarquia fantasiada pelo
próprio povo midialítico

deixam a mentira explodir, enquanto
sentados, estamos, no sofá, esperando
algum pronunciamento, como indignados
estamos, e individados, com esta TV
composta por impostos milionários
que originam mansões, desconhecidas

de nossos amados patriotas do circo da suíça.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

a vida me engoliu
e me digeriu ao cansaço
à fermentação do tempo
ao vício de se roer
sem garras puramente afiadas

destinou os barulhos surdos
e insensíveis do concreto
ofereceu a imensa euforia
de não se possuir, energia

queimou as cinzas
tornando-se oferenda para a dor
engoliu os pedaços mais sórdidos
das delícias, que estampavam aquele
velho olhar, que agora

habita o escuro do chavão deste vazio
ocular, que desmembra anseios anciões
do passado, um mostruário do desvio
vivenciado à insônia

pertencente
aos sonhos desconfigurados, por tempo
indeterminado, mas logo dissipados com
o mesmo tempo que não cessa a inócua
vontade de viver, mas permanentemente
existente.