sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
"o mundo não vai acabar
e eu tenho vontade de gritar
por toda essa mentira que vivemos
por tudo que consentimos
e de cabeças baixas sorrimos
ele não acabou e esperamos seu fim
pois não o damos valor
e tristemente continuamos
sendo hipócritas realizados
é dado o fim, ele já acabou
faz tempo, e ninguém percebeu"
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
terça-feira, 15 de maio de 2012
há tanto vejo páginas em branco
faz tanto que perdi a curva de minha inspiração
dia a dia sinto os rastro das letras
mal deixo que se tornem palavras
elas retornarão à mim
ou, eu retornarei à elas
o mundo nos engole em um segundo
e deixamos por perder nossa singularidade
nessa vida não há preço maior
ser quem queremos ser
faz tanto que perdi a curva de minha inspiração
dia a dia sinto os rastro das letras
mal deixo que se tornem palavras
elas retornarão à mim
ou, eu retornarei à elas
o mundo nos engole em um segundo
e deixamos por perder nossa singularidade
nessa vida não há preço maior
ser quem queremos ser
quinta-feira, 10 de maio de 2012
segunda-feira, 7 de maio de 2012
minha casa anda deprimida, os cômodos à meia luz, os animais só dormem, tentam me dizer alguma coisa, e eu nada ouço. parece que ontem pousou um urubu na varanda, e quase se familiarizou com o espaço. a torneira pinga insistentemente, molhando o mármore para que não fique seco, até a geladeira já começou a produzir fumaça, e eu já não sei o que faço, parece que os móveis estão confabulando uma rebelião. e eu permaneço estática.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
domingo, 15 de abril de 2012
de repente me olhei no espelho e me assustei, os anos passaram e transformaram as curvas de meu rosto, construíram linhas que eu não desenhei, naturalmente se tornaram imagem e representação dentro a fora de mim. se eu me tocar através do espelho, posso sentir o peso de minha pele, e a grossura com que se fez, o vidro que toco é tão mais leve do que a imagem que possui, queria eu residir nessa leveza. passaram-se minutos e a imagem ficou estática, como se morresse ao me enxergar.
sexta-feira, 16 de março de 2012
"estamos todos perdidos", sussurrou ao meu ouvido, o velho que me fazia companhia naquele ônibus, que destinava sabe-se para onde... mal dei atenção, e à janela vi um moço caminhando descalço no asfalto quente e forte, naquele instante comprimi minha respiração, e rapidamente passei adiante. no outro bloco observava uma senhora, andando de roupas coloridas, como quem pede atenção, na sua mão esquerda levava uma margarida muito graciosa, símbolo de sua simpatia solitária. de repente me deparei com um pavor diante do mundo, um descontrole interno, de quem não quer ver e tocar o que se tem à frente: eu não queria, estava tão sujeita e vulnerável à tudo aquilo, que lentamente meu corpo se fragilizava como uma pétala de flor, tudo se encolhia e expandia num fluxo ritmado, pesava sobre os ombros duros e queimados da estação, as pálpebras adquiriam uma sonolência nunca vivida, lá estava a morte diante de meus sentidos, uma queda sem fim e horizontal, tudo que passasse por mim era correnteza, água que inundava, se eu assistisse a dor alheia, me apropriava do planeta que residia, sem mensurar toda sua massa em meu corpo. pensei: "estamos todos perdidos", o velho me entreolhou e sumiu.
quinta-feira, 8 de março de 2012
sexta-feira, 2 de março de 2012
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
as vezes me sinto falido, e não quero parecer pessimista, muito menos semear isso no cosmos. muitas vezes o caminho que se vive, que se corre, e conquista, e até é o certo, pode se demonstrar um tanto errôneo, e porque? vai saber. até onde o que eu acredito é verdade e está certo, pode continuar dentro de mim invicto, e permanecer vitorioso em meio ao caos que se enxerga mundo a dentro? até quando eu consigo continuar me perguntando, e colhendo perguntas, me alimentando delas, e estocando como uma relíquia no meu armário, deixando-as solitárias e desoladas sem o preenchimento de uma resposta?
silêncio.
silêncio.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Eu não nasci para viver somente só, e se for eu somente só, vivo-me tão exclusivamente, com o sabor amargo na ponta da língua, porque eu gosto da minha dor, e não sinto prazer maior quando mergulho nela. Quando reverbera em meus timpanos Joy Division, e no céu de minha boca o odor repulsante de pigarro. E se eu te explicar como nesse instante tudo faz sentido, você se espantará, e fará de mim mais uma marginal perdidamente renegada, mas replico que, heis em mim a mais fatal verdade mundana de que você se esconde, e é dessa dor que estou falando, é ela que eu aceito, e me lambuzeio sem pudor, pois dela vivo, renasço, morro, e te mato no mesmo instante, sem nenhuma violência, já que no entanto essa agressividade está toda sombreada no meu ombro esquerdo sem ninguém ver.
Bem que eu queria te escrever coisas mais belas, como girassóis e gardênias... Mas não é disso que tu precisas, nem eu. A única coisa que devo a esse mundo, é a miséria que criamos juntos, fora disso já vivemos o paraíso fugitivamente.
Se sou maldita como todos meus antepassados, não sei, mas se for, agradeço: Meu mundo nunca foi tão real quanto é hoje, ou talvez cruel. Porém, eu vejo que a veracidade alheia só me vem da crueldade benevolente que despejo nos que assim me aceitam.
Já pareci muita vezes Louca; que bom. Eu não consigo me distanciar da veia humana verídica e atual, e se eu for só mais um exemplo vivo e letal disso, me resigno e dignifico.
Tenho a líbido alta demais, veias pulsantes em meus olhos, e muita ácido em minha saliva, nada falta. Estou pronta para ser mais um fantoche ridículo da sociedade, mal compreendido, herdeiro do sangue de Jesus à Judas. Não quero faltar com respeito, compreendo todas suas rezas às escuras transboradando dor e desejo, pois disso eu também sofro, só não temo o seu maior medo. O meu maior medo me aniquila, e se me aniquila, comete próprio suícidio, e deixa de existir no mesmo instante. Concluo então que todo medo é completamente destrutível, como quando se sai do útero.
Talvez eu nunca termine meu monólogo, e deixe você numa interrogação constante, mas eu quero te matar, como eu morri, porque é isso que a gente precisa e merece ao viver essa vida.
Assinar:
Postagens (Atom)