sábado, 19 de junho de 2010

O tempo passou, uma ventania, um sopro. Hoje é uma leve brisa, carrega simplicidade. Perdeu seu peso imenso, dos temores intensos.
Cheira natureza e limpeza, dispensa qualquer interrogação.
O medo de perder, de seguir, de existir, nem existi mais.
Isso não parece nada? Mas é muito, uma conquista almejável.
Os círculos por que passei, por que me enrosquei, se desfizeram. Não insistem mais em sua sofreguidão, em seu não fim.
E pra isso tive que perder muito, tive que admitir a perda, a derrota. Quem não assume a derrota não ultrapassa seu maior obstáculo.
Os conflitos não se esvaem, nunca. Mas permitem - dependendo - outras versões de vida.
Você pode permanecer em uma vida - se não perceber - no mesmo impasse, e sofrendo, sem nunca passar dele. Ah, como pode. Mesmo que não o admita.
Pode ter momentos de ascensão, mas não passará de momentos.
E quanto mais sua vida protela momentos, e só momentos, mais padece, adoece, em silêncio.
Uma dor singela restitui seu corpo, e você sem domínio do seu próprio ser.
Torna-se prisioneiro, acorrentado em si.
Pense: que mal destino terá essa história.
A força para não sucumbir a isso, está em também se render a fraqueza.
A onipotência não trabalha os conflitos pessoais. Só os desafia, os forçando cada vez mais. Até os multiplicarem em problemas homéricos pelo íntimo.
E a saída se torna cada vez mais distante, e inalterável.

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