terça-feira, 15 de julho de 2008

Golpe

Tudo isso me faz lembrar meu amor de 64, quando nem pensava em me apaixonar.
Quando nem tudo me mostrava um amor bonito, sincero e livre.
Mas, quando menos acreditei tudo aconteceu, de alguma forma, que eu nunca esquecerei.
Em 64, quando o amor estava em transformação, quando os ideais encorporavam algum sentido relutante e obstinador.
Foi no dia treze do cinco de mil novecentos e sessenta e quatro: eu descobri o prazer de viver o amor, que eu não via em nenhum rosto e casal, ou, quem sabe, em movimento.

Neste momento em que vagava pelas ruas, mal asfaltadas, percorrendo o olhar entre o céu e a terra, eu me perdia em pensamentos. Pensamentos insistentes e vagos. Naquele momento senti um suspiro em meu coração ao piscar, como se meus olhos dessem um flash na realidade, e eu a imprimisse em minhas veias. Sentindo tudo, tudo, tudo a minha volta. Claro, desvendando todas a imensidão dos sentimentos vividos há dezessete anos.

Enquanto o Sol iluminava minha pele, eu prosseguia o labirinto das emoções que doíam em meu ser. Me deparando com a esperança e o desapego de um todo material. Dessa forma, meus olhos se fecharam, mesmo que acordados, a ponto de atingir o infinito, que nunca havia reparado.

Os pés continuavam a mesma linha de percepção, sentindo cada pouco músculo de meu corpo, até me encontrar, me encontrar... Numa situação de maneira inexplicável: a energia cósmica que um ser transmitia em mim.

"a energia dos astros estariam a meu favor?"

E parecia que sim, até que essa história nunca teve fim.
O grande amor que suplica a minha alma e transborda em dimensão federativa.
 A felicidade de encontros realistas e fantasiosos, para, então, hoje em dia: encontros de energias impactantes ou até banais. Energias compartilhadas até o mundo não ter fim.
À espera de mais sentimentos e sentimentos. O quê, talvez, dê um sentido à vossa vida.

Um comentário:

Morphine disse...

Belo texto.Parabéns.