sexta-feira, 15 de agosto de 2008

fecho os olhos, e em raios de cenas, avisto milhões de caminhos fantasiosos, mutáveis. em mil delas me vejo animal, mendiga, mulher, presidente. em dez delas, não vejo. e em outras delas, vejo discursos, frases, textos, parágrafos, poesias, tudo que resumi aos desejos não cometidos.

abro os olhos e dentro d'algo escuro, sinto a luz artificial, de que se alimenta a cidade, lá fora. me vejo agora, correndo, correndo-voando, de algum presente não pedido para Noel, de algum destino que se desviou, quando descobri: grande bocado de vossas verdades são ilusões.

e foi assim, que eu tragava tudo que me vinha, além dos mil maços por dia, e mil sentimentos engolidos, para que o contrário não acontecesse.

diante de dezenas de cenas que construíam minha melancolia, que eu nem queria mencionar, e minha imensa solidão, que não era dificil de se reparar. diante destas cenas que eu me colocava pouco a pouco, aplicando cores às frases deste filme-vida, preto e branco. detalhe, efeito da fumaça, reluzente.

frente aqueles olhos que não esperava menos, esperava afeto, olhos que não me viam, que tristes diziam, mas não pronunciavam nada à mim, que se a mim se direcionassem não era o esperado.
ó olhos, vou-me ajoelhar, e não me queixar, se deixares. vou lhe declarar sem retincências, e interrogações, declarar todo meu sentir que se desfaz por dentro, que corre em essas veias viciadas em ti, dependentes de ti , para se oxigenarem e.
és tudo o que se repete, minha outra história assim, mas que não se assemelha, por ser você, apenas você, e não qualquer.

2 comentários:

Morphine disse...

Muito bom.Belos textos.

Unknown disse...

diferente
gostei!
muito sincero